“Se sobrar eu invisto”: o maior erro do planejamento financeiro
Na coluna Investindo no Futuro desta quinzena, Vinicius Panizza dá dicas de como se planejar para conseguir investir uma parte das receitas todo mês.
Confúcio, filósofo chinês que viveu (provavelmente) entre 551 A.C. e 479 A.C., disse que “cometer um erro e não o corrigir é outro erro”.
Na vida, acabamos insistindo em muitas coisas. Dietas milagrosas que não funcionam, produtos que prometem algo incrível mas não entregam, e erros imperceptíveis no dia a dia que comprometem a nossa vida financeira. Recentemente, escrevi um artigo sobre 10 erros comuns no planejamento financeiro, no qual falei um pouco sobre este assunto – mas, dada a sua importância, resolvi explorá-lo ainda mais aqui.
Cada um de nós tem uma vida financeira e nossos hábitos e manias para cuidar do nosso dinheiro. Algumas pessoas simplesmente não investem porque usam esse conceito do se sobrar eu invisto – e, como sabemos que para a maioria das pessoas nunca sobra, o investimento fica sempre para o mês que vem (porém, no mês que vem, pode também não sobrar).
E temos um dado importante sobre isso.
Uma pesquisa encomendada pelo Mercado Pago para entender a relação do brasileiro com o dinheiro em meio às comemorações dos 30 anos do Plano Real apontou que, dos brasileiros que não investem, o principal motivo, apontado por 54% dos entrevistados, é porque não sobra dinheiro no fim do mês para investir.
Talvez uma forma simples de resolver essa equação é trocar o “Se sobrar eu invisto” pelo “Recebi, investi”. Se mudar a ordem de investir para hoje, em vez de amanhã, o resultado pode ser muito diferente.
Pense na gestão do salário mensal. Todos nós temos contas a pagar e isso faz parte da vida. É escola, condomínio, internet e tantas outras que temos. Mas, ao tentar implementar o “recebi, investi” você está criando um hábito, um novo estilo de vida para a melhor gestão financeira dos seus recursos. E não precisa ser muito. Você pode investir a partir de R$ 1 real. O importante é tentar criar este hábito.
Para te ajudar nessa implementação, vale um desafio. Faça as contas de quanto você pode investir mensalmente e deixe aplicações programadas de forma automática para o mesmo em dia que você recebe o salário. Por exemplo: vou investir R$ 100 em um Fundo DI bem conservador. Aqui, não estou falando ainda de investir por objetivos de curto, médio e longo prazo. Estou falando de iniciar a criação do hábito de investir assim que receber o salário. Faça esse teste por pelo menos 6 meses e perceba como pode ser mais tranquilo se planejar, sem esperar sobrar no final do mês.
Sua vida financeira vai agradecer essa mudança de hábito.
Planeje-se, pois o melhor dia para começar é hoje.
Forte abraço e até o próximo artigo!
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