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O risco das promessas de retornos milagrosos

13 de novembro, 2024 Por: Marcelo Coelho, CFP® - colunista íon

O risco das promessas de retornos milagrosos

Você já deve saber que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura. Na coluna Ora Pois desse mês, Marcelo Coelho explica mais dessa premissa e dá dicas para não correr riscos desnecessários com seus investimentos.

 

Boa patrícios, como estais?

Queria papear nesse nosso encontro mensal sobre aquelas dicas de investimentos “aleatórias” que rolam naqueles churrascos de domingos, nas rodas de amigos(as) ou de familiares nas situações mais aleatórias possíveis.

Quando pensamos somente no retorno dos investimentos, ficamos suscetíveis a dar atenção a toda e qualquer dica de investimento, vinda dos lugares e fontes mais aleatórios possíveis, visando um ganho rápido e fácil. E isso pode ser perigoso. É claro que devemos ser cada vez mais curiosos e antenados com as notícias e o mundo de investimentos, mas filtrar as informações pode te salvar de apuros.

Esse é um assunto que frequentemente surge nas situações que citei acima. Sempre tem aquele amigo que está ganhando muito em um “fundo maravilhoso” ou em uma Ação espetacular que foi recomendada. E aí você, querendo fazer seu dinheiro render, anota tudo no guardanapo, chega em casa e aplica igual. Erro! Se está ganhando muito, tem risco! Você suporta as oscilações de mercado que seu amigo suporta? O seu calo aperta igual ao calo dele? Muito provavelmente, não. Então, cuidado com os calls (recomendações) aleatórios.

E tem mais: mesmo que suporte, rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

Vamos nos aprofundar mais nesse assunto.

Rentabilidade passada x rentabilidade futura

Vamos pegar o tal “fundo maravilhoso” citado pelo amigo como exemplo.

Ele realmente pode contar com um bom histórico de rendimento e ser um fundo muito bem avaliado, mas o problema não é o produto em si: é o impulso levado em consideração única e exclusivamente pelo retorno passado. É óbvio (e não sou hipócrita para dizer o contrário) que olhar o histórico do produto é a primeira coisa que fazemos, mas não pode ser a única para a escolha.

E se se eu te falar que essa dica de ouro recebida se tratava de um fundo de Ações de altíssimo risco e que, no mês seguinte, ele teria uma queda de 10% sobre o valor investido? E que você aplicou nele se baseando em números passados e não sabia do risco? E se eu te falar que esse mesmo produto possuía um prazo de resgate de 60 dias (sim, existe fundos com prazos semelhantes)? Não devemos nos basear em um produto acreditando simplesmente que ele replicará os retornos do passado.

O contrário também é verdadeiro: não se pode deixar de aplicar em um fundo por ele estar com um histórico recente ruim, acreditando que aquele fundo não tenha potencial e que continuará performando mal. Cuidado com os vieses comportamentais. É preciso saber o direcionamento do fundo, quais suas expectativas futuras, seus riscos, seu prazo de resgate (liquidez), para chegar na decisão de que ele faz sentido para o seu momento de vida e ao que você está em busca naquele momento – como em qualquer outro produto de investimento.

Em resumo: existe uma tendência natural de esperarmos que a rentabilidade passada de um investimento irá se repetir no futuro. Mas rentabilidade passada não te traz essa garantia.

Só olhar o retorno passado, principalmente sem saber os riscos do produto, e aderir a um produto olhando apenas o retorno, sem saber o prazo de resgate, são situações que podem ser desagradáveis ao investidor no futuro, breve ou distante.

Então, sempre lembre-se de que os produtos que entregam mais são os que mais vão exigir de você, investidor, seja com mais riscos ou com a exclusão da liquidez.

Continue sendo curioso, anote as dicas, mas seja criterioso em saber suas características e, na dúvida, sempre procure um profissional certificado, , para apoio.

Bons churrascos de domingo, mas cuidado com as ressacas. Precaução, gajos!

Até!

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