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Como equilibrar curto e longo prazo com a alta da Selic?

26 de novembro, 2024 Por: Lucas Queiroz, CNPI - Estrategista de Renda Fixa do Itaú BBA e colunista íon

Como equilibrar curto e longo prazo com a alta da Selic?

Uma Selic alta justifica deixar de lado outros tipos de ativos? Na coluna Ideia Fixa deste mês, Lucas Queiroz explica o momento econômico e a importância de manter a diversificação da carteira.

Olá.

A recente trajetória da taxa Selic reacendeu um dilema conhecido pelos investidores: como reagir ao cenário de juros elevados sem comprometer os objetivos de longo prazo?

Com a Selic atualmente em 11,25% ao ano e a expectativa de alcançar 13,5% ao ano na primeira metade de 2025, os investimentos atrelados ao CDI devem continuar a atrair os investidores. Mas será que isso justifica deixar de lado outros tipos de ativos que podem oferecer retornos consistentes em horizontes mais longos?

É sobre isso que vamos falar hoje.

Os ciclos de juros e inflação: uma lição importante

O mercado financeiro é marcado por ciclos. Em 2020, por exemplo, vimos a taxa Selic no patamar histórico de 2% ao ano. Muitos investidores migraram para ativos de maior risco em busca de retornos que pudessem superar a inflação. No entanto, o cenário mudou rapidamente, e quem concentrou sua carteira em uma única estratégia acabou sentindo o impacto.

Agora, com a inflação surpreendendo para cima e a política monetária respondendo com novas altas na Selic, o contexto é outro. A Renda Fixa atrelada ao CDI promete não apenas um retorno nominal elevado, mas também ganhos reais. Estimamos que, em 2025, esses ativos possam entregar um retorno real de cerca de 8% ao ano, descontada a inflação. Isso é significativo, mas será que a atratividade do curto prazo deveria colocar em segundo plano investimentos de longo prazo, como títulos atrelados ao IPCA+?

Pensar além do momento atual

Investimentos com taxas de IPCA+7% ao ano em prazos de 3, 5 ou 10 anos seguem competitivos, mesmo em um cenário de juros elevados. E por quê? Porque, embora o curto prazo pareça previsível, a história mostra que o mercado está longe de ser estático. Basta lembrar que, em 2021, poucos esperavam que o Brasil entraria em um ciclo de aperto monetário tão intenso e duradouro.

Se você investir hoje em um título de longo prazo atrelado à inflação, como um IPCA+7% ao ano, estará garantindo um retorno real robusto, independentemente de oscilações futuras. Por outro lado, se apostar apenas no CDI, seu portfólio pode sofrer quando os juros voltarem a cair — e é quase certo que isso ocorrerá em algum momento.

Ao investir, pergunte-se: suas escolhas estão alinhadas com seus objetivos de longo prazo? Ou você está tomando decisões baseadas apenas no cenário atual? Lembre-se: o mercado muda, mas seus objetivos de vida permanecem.

Adotar uma estratégia consistente e diversificada é o caminho para conquistar segurança financeira, seja qual for o momento econômico.

Se você ainda tem dúvidas sobre como estruturar sua carteira para atravessar esses ciclos, talvez seja a hora de revisitar sua estratégia. Afinal, o futuro não espera.

Até a próxima.

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