Para além do contexto comercial e geopolítico do tarifaço de Trump, agentes financeiros ficam à espera de falas da diretora do Federal Reserve Adriana Kugler
Em meio aos conflitos tarifários e com o crescente risco de recessão global, as principais bolsas de Nova York abriram o pregão desta segunda-feira (07) em queda.
Para além do contexto comercial e geopolítico, os agentes financeiros ficam à espera de falas da diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) Adriana Kugler na Universidade de Harvard.
Na abertura, o índice Dow Jones caia -3,11%, aos 37.879,65 pontos, enquanto o S&P 500 cedia -3,33%, aos 4.953,79 pontos, e o Nasdaq desvalorizava -3,86%, aos 14.978,03 pontos. Todos os três índices estão agora em “bear market” – ou seja, caíram mais de 20% dos picos recentes.
A semana ainda conta com uma série de direcionadores para as bolsas internacionais. Na quarta-feira (09) será divulgada a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) referente à decisão de política monetária de março, além do presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, discursar em Washington DC.
Além disso, quarta-feira é a data limite de aplicação das tarifas recíprocas anunciadas no “Liberation Day” por Donald Trump, o que pode trazer ainda mais mau humor aos mercados caso de fato elas sejam aplicadas em sua máxima extensão.
Análise dos especialistas
Em nota, os economistas do Goldman Sachs aumentaram a probabilidade de recessão de 12 meses nos Estados Unidos de 35% para 45%, devido ao “aperto acentuado nas condições financeiras, boicotes de consumidores estrangeiros e um aumento contínuo na incerteza política”.
Essa previsão, no entanto, se baseia na suposição de que a tarifa efetiva dos EUA aumentará em 15 pontos percentuais no total, o que agora exigiria uma grande redução nas taxas anunciadas.
“Se a maior parte das tarifas de 9 de abril entrar em vigor, a tarifa efetiva aumentará em cerca de 20 pontos percentuais. Se isso ocorrer, esperamos alterar nossa previsão para uma recessão”, disseram.
Os economistas ainda acrescentam que no cenário atual, sem recessão, eles esperam que o Fed implemente três cortes consecutivos de 25 pontos-base nos Fed Funds, começando em junho.
Já o CME Group mostra, por meio dos preços dos títulos no mercado, que os agentes passaram a ver maior chance de um corte de juros pelo Fed neste ano após o anúncio de tarifas de Trump sobre os parceiros comerciais dos Estados Unidos e está dividido entre quatro e cinco cortes até dezembro.
Segundo o CME FedWatch Tool, que compila dados a partir dos futuros dos Fed funds, há 37,3% de chance de quatro reduções em 2025, e 35,9% de probabilidade de pelo menos cinco cortes.
Para a próxima reunião, em maio, 58,2% dos operadores veem que os juros devem permanecer inalterados, entre 4,25% e 4,50%, mas 41,8% precificam um corte de 25 pontos-base.
*Com informações do Valor Econômico
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